sábado, 2 de abril de 2011

Dia Mundial do Autismo





FERNANDA PEREIRA FERNANDES
No dia 2 de Abril, comemora-se o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, criado pela Organização das Nações Unidas, em 2007.

A data é marcada por uma série de eventos, em diversos países, visando promover estudos e discussões em prol do bem-estar do autista e sua inclusão na sociedade.

Alguns monumentos importantes serão iluminados de azul (cor definida para representar a conscientização pelo autismo) em alusão à data, dentre eles podemos citar, aqui no Brasil, o Cristo Redentor (Rio de Janeiro), a Ponte Estaiada, o Viaduto do Chá e o Monumento às Bandeiras (São Paulo) e o prédio do Senado Federal (Brasília).

E é natural a atenção dedicada a essa data, pois, além do reduzido número de profissionais especializados no tratamento do autismo, em crianças, seu índice é mais elevado do que a somatória dos casos de AIDS, diabetes e câncer.

De acordo com o DSM IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), o autismo pode ser definido como um transtorno invasivo do desenvolvimento caracterizado por padrões restritos, repetitivos e estereotipados de comportamentos e prejuízos na interação social e na comunicação.

E, devido aos vários graus em que o transtorno autista se manifesta, muitas vezes, a criança termina não recebendo a compreensão necessária, haja vista que seus pais, amigos e professores, sequer suspeitam da doença, terminando por reprimir seu comportamento acreditando tratar-se de desobediência, infantilidade etc., enquanto, na verdade, para que seus portadores passem a desenvolver repertórios adequados, é importante que seu quadro seja diagnosticado o quanto antes, a fim de propiciar maior eficácia no tratamento a ser realizado.

O método ABA (Análise do Comportamento Aplicada), a propósito, tem se revelado altamente proficiente. Devido ao sucesso obtido, foi considerado pelo governo americano como um tratamento psicológico de excelência.

Nessa proposta de intervenção, a abordagem é desenvolvida passo a passo, trabalhando-se desde os mais simples comportamentos até os mais sofisticados, tendo as atividades de vida diária, o brincar funcional, o contato visual, o controle instrucional, os operantes verbais (repetições de palavras, aprendizado de pedidos e nomeações, formação de frases simples, início e manutenção de conversação), a linguagem metafórica, as habilidades sociais, entre outros, como principais repertórios a serem instalados.

Por outro lado, além o acompanhamento psicológico, é importante que o paciente diagnosticado no espectro autista tenha à sua volta pessoas dispostas a serem coadjuvantes nesse processo de aprendizagem. Daí a necessidade de conscientização não apenas de familiares e profissionais, mas da sociedade de um modo geral.

Assim, que possamos dedicar este 2 de Abril às reflexões sobre os princípios de tolerância e de respeito ao próximo, para que melhor saibamos compreender e conviver com as diferenças da vida.

FERNANDA PEREIRA FERNANDES é psicóloga clínica em Cuiabá, especialista em Terapia Comportamental e Cognitiva pela USP, mestranda em Psicologia Clínica pela PUC/SP.
fernandapfernandes_@hotmail.com

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